sexta-feira, 19 de outubro de 2012


Esta crônica foi publicada no Jornal Regional em Dezembro de 2008.

...e queria ser Glória Menezes

José Maurício Amendola


Tudo começou com uma brincadeirinha na internet, promovida pela Rede Globo. Pedia a quem quisesse que gravasse um dos mil textos já preparados pela própria Globo, da obra literária Dom Casmurro, de Machado de Assis. Depois de gravado, que fosse enviado ao site indicado. Minha mulher e eu vimos várias gravações já encaminhadas, inclusive por gente famosa, como, por exemplo, Toni Ramos, Camila Pitanga, Fernanda Montenegro, Glória Menezes, Tarcísio Meira e pessoas comuns, como nós, que gostamos de ler. A gravação consistia num trechinho de umas dez linhas.
Luí, minha mulher, insistiu para que eu gravasse um dos trechos disponíveis. Insistiu tanto que resolvi gravar. Lembrei-me do tempinho de teatro amador, pouco tempo aliás, e procurei interpretar o texto. Acho que me saí bem, apesar da absoluta falta de treino. Mas deu para me divertir e divertir também minha mulher. O site é milcasmurros.
Com isso, pude lembrar de tempos idos que não voltam mais. Ainda bem que não voltam mais, porque você já pensou se eu tivesse que viver esse mundo de anos outra vez? Com o mesmo modo de vida que eu sempre tive, ou seja, não procurar levar vantagem em nada desta vida? Daqui para frente está bom demais. Certo?
Lembrei-me da turma que trabalhava comigo no teatro amador, seja o teatro da Escola de Comércio, dirigido pelo dono da escola Nestor Alves Ferreira, seja no teatro amador dirigido pelo professor João Béber Filho, da Escola Normal e Colégio Estadual de Ituverava. Não era fácil enfrentar o público, pois os que estavam assistindo o nosso trabalho no palco era tudo gente conhecida nossa, embora nos apresentássemos também ao público de São Joaquim da Barra e, veja só, ao público de São Paulo, cidades que aplaudiram o nosso desempenho.
Voltando à gravação do Dom Casmurro, um fato interessante aconteceu na sala do computador. Luí, minha mulher, disse que não desejava ser Juliana Paes. Nem Flávia Alessandra, já pensou? Que não queria ser também a Ana Paula Arósio, veja só...
Então, perguntei: e quem você queria ser? Luí me respondeu: queria ser a Glória Menezes. Pensei, pensei não, perguntei: ah, você queria ser uma grande atriz? Minha mulher respondeu: claro que queria ser uma atriz como a Glória Menezes, mas o que eu  queria mesmo dizer é que então eu seria a mulher do Tarcísio Meira...
Pensei... pensei...e encontrei o porque. É que o Tarcísio Meira tem o mesmo tipo que eu...


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