Missão
cumprida...
Welson Gasparini
Termino
neste próximo quinze de março, com a posse dos parlamentares eleitos no pleito
de outubro último, o terceiro dos meus mandatos como deputado estadual. Foram,
acredito, 12 anos muito enriquecedores da minha vida nos quais tive
oportunidade de conviver com inúmeros colegas e participar, direta ou
indiretamente, de três governos estaduais: o de
Laudo Natel, na década de 70; o de Geraldo Alckmin, em seus dois últimos
mandatos e, agora, do início de João Dória. Deixo a ALESP com a sensação de
quem sempre soube combater o bom combate e a consciência do dever cumprido.
Me
empenhei ao máximo – tanto no exercício dos meus mandatos de deputado estadual,
quanto no de deputado federal, de vereador e de prefeito de Ribeirão Preto –
para corresponder à confiança outorgada pelo eleitor através do voto. Se mais
não fiz, não foi por falta de interesse ou de empenho.
Conforme afirmei em recente entrevista entendi
chegada a hora de parar de participar das eleições como candidato. Jamais,
entretanto, deixarei de participar como cidadão. Aliás – frisei nessa
entrevista - todo cidadão tem não apenas
a obrigação como, sobretudo, o dever de participar da política, pois, quando
praticada com honestidade, idealismo e competência, é uma das maiores provas
de amor ao próximo.
Não acumulei, no decorrer desses mais de 60
anos de vida pública, grandes bens materiais; minha vida – ao lado da minha
esposa, filhos e netos – tem sido modesta e assim continuará sendo. O que
acumulei, entretanto, de bens imateriais me deixam plenamente realizado:
afinal, amizade, afeto, simpatia e confiança são valores não avaliáveis..
Procurei ser bastante criterioso na
distribuição das verbas ensejadas pelas emendas parlamentares as quais tive
direito: contemplei, assim, entidades beneficentes de Ribeirão Preto e da
região conhecidas e reconhecidas pela qualidade do trabalho social por elas
realizado; destinei recursos, por outro lado, para as prefeituras realizarem
obras indispensáveis como pavimentação asfáltica e, entre outras, extensão de redes de esgoto; ensejei a
aquisição de ambulâncias para prefeituras transportarem pacientes necessitados
de atendimento médico especializado em outras cidades; consegui, em 2018, a classificação de MIT (Municípios de Interesse
Turistico) para 15 cidades da região de Ribeirão Preto (Altinópolis,
Araraquara, Barretos, Brodowski, Itápolis, Ituverava, Miguelópolis, Monte Alto,
Orlândia, Patrocínio Paulista, Rifaina, Santo Antonio da Alegria, São Simão,
Sertãozinho e Tambaú).
Tanto em meu escritório regional de Ribeirão
Preto quanto no meu gabinete na Alesp as portas estiveram permanentemente
abertas para quem me procurasse; desde o primeiro dia sempre dei atenção
especial a todos os problemas que me foram apresentados, procurando sempre
encaminhar as melhores soluções.
Enfim, encerro mais uma etapa da minha vida mas
a vida, com a graça de Deus, continua e eu espero continuar, sempre, fazendo
por merecer o carinho que recebo em todos os lugares onde vou... (Welson Gasparini - deputado estadual,
professor, advogado e ex-prefeito de Ribeirão Preto).
Literatura
Escrito pelo israelense Yuval Noah Harari, professor de história e autor de vários livros, “Sapiens,
uma breve história da humanidade”(2012), é um best-seller internacional .
O livro, bastante fácil de ser
lido, aborda a história da humanidade, desde a evolução do Homo Sapiens até a
revolução política e tecnológica do século XXI. O pequeno trecho abaixo, mais
precisamente, páginas 366 e 367 da edição brasileira, é um relato claro e
preciso das mudanças que aconteceram e continuam acontecendo e afetando a
todos, inclusive a nós brasileiros.
Logicamente, o texto aqui
mostrado tem uma sequência em que o autor faz uma comparação extraordinária
entre o passado e o presente. E nos faz chegar à conclusão que continua tudo a
mesma coisa.
É um livro para ser lido,
analisado e debatido, se possível, em grupo até.
A
Revolução Industrial provocou dezenas de reviravoltas importantes na sociedade
humana. Adaptar-se ao tempo industrial é apenas uma delas. Outros exemplos
notáveis incluem a urbanização, o desaparecimento da classe camponesa, a ascensão
do proletariado industrial, o empoderamento do indivíduo comum, a
democratização, a cultura jovem e a desintegração do patriarcado.
Mas
todas essas reviravoltas são obscurecidas pela revolução social mais grandiosa
que já atingiu a humanidade: o colapso da família e da comunidade local e sua
substituição pelo Estado e pelo mercado. Até onde sabemos, desde os tempos mais
antigos, há mais de um milhão de anos, os humanos viviam em pequenas
comunidades íntimas, em que quase todos os membros eram parentes. A Revolução
Cognitiva e a Revolução Agrícola não mudaram isso. Elas reuniram famílias e
comunidades para criar tribos, cidades, reinos e impérios, mas as famílias e as
comunidades continuaram sendo os tijolos essenciais de todas as sociedades
humanas.
A
Revolução Industrial, por sua vez, conseguiu, em pouco mais de dois séculos,
transformar esses tijolos em átomos. A maior parte das funções tradicionais das
famílias e comunidades foram entregues aos Estados e aos mercados.
O colapso da
família e da comunidade
Antes
da Revolução Industrial, a vida cotidiana da maioria dos humanos seguia seu
curso no interior destas três estruturas antigas: a família nuclear, a família
estendida e a comunidade íntima local. (Uma “comunidade íntima” é um grupo de
pessoas que se conhecem bem e dependem umas das outras para a sobrevivência).
A
maioria das pessoas trabalhava em negócios familiares – a fazenda ou a oficina
da família, por exemplo – ou então trabalhava nos negócios familiares de
vizinhos. A família também era o sistema de bem-estar social, o sistema de saúde,
o sistema educacional, a indústria de construção, o sindicato, o fundo de
pensão, a empresa de seguros, o rádio, a televisão, o jornal, o banco e até
mesmo a polícia.
Quando
uma pessoa ficava doente, a família cuidava dela. Quando uma pessoa envelhecia,
a família a sustentava, e seus filhos eram o seu fundo de pensão. Quando uma
pessoa morria, a família cuidava dos órfãos. Se uma pessoa queria construir uma
cabana, a família dava uma mão. Se uma pessoa queria abrir um negócio, a
família levantava o dinheiro necessário. Se uma pessoa queria se casar, a
família escolhia, ou pelo menos analisava o candidato a esposo. Se surgia um
conflito com um vizinho, a família interferia. Mas se a doença de uma pessoa
era grave demais para a família lidar, ou um novo negócio demandava um
investimento grande demais, ou a briga com o vizinho agravava a ponto de
violência, a comunidade local vinha em seu socorro.
A
comunidade oferecia ajuda com base em tradições locais e em uma economia de
favores, que com frequência diferia muitíssimo das leis da oferta e da demanda
do livre mercado. Em uma comunidade medieval à moda antiga, quando meu vizinho
precisava, eu ajudava a construir sua cabana e a cuidar de sua ovelha, sem
esperar nenhum pagamento em troca. Quando eu precisava, meu vizinho devolvia o
favor. Ao mesmo tempo, o potentado local podia mobilizar todos os aldeães para
construir seu castelo sem nos pagar um centavo sequer. Em troca, nós contávamos
com ele para nos defender contra bandoleiros e bárbaros.
A
vida na aldeia envolvia muitas transações, mas poucos pagamentos. Havia alguns
mercados, é claro, mas seu papel era limitado. Era possível comprar especiarias
raras, tecidos e ferramentas e contratar os serviços de advogados e médicos. No
entanto, menos de 10% dos produtos e serviços usados normalmente eram comprados
no mercado. A maioria das necessidades humanas eram atendidas pela família e
pela comunidade.
-----------------------------------------------------
-----------------------------------------------------
Foto tirada da página de Jorge Dió Moisés, no Facebook
|
-----------------------------------------------------
Sinto-me entristecido. Welson Gasparini, políticos como você jamais deveriam deixar de atuar. Estado de São Paulo, Brasil, Ribeirão Preto e eu humilde eleitor sentiremos sua falta!!!
ResponderExcluir