sexta-feira, 6 de maio de 2011

Matar ou morrer

Acabei de assistir, acho que pela terceira ou quarta vez, o filme Matar ou Morrer, com Gary Cooper e Grace Kelly. E o interessante é que o filme é de 1952, mas, pra mim continua atualíssimo. Quem já assistiu o filme sabe do que se trata, mas, para quem ainda não viu, trata-se de uma história bem simplesinha. Nem preciso dizer que é um faroeste e Gary Cooper tem que enfrentar um bandidão violento que volta à cidade justamente para matar o delegado, que é justamente o Gary Cooper.
O delegado conseguiu durante um certo tempo limpar a cidade dos maus elementos e, por isso, ele era querido pelos habitantes. Era querido e respeitado pela população. Mas quando a população, e até seus melhores amigos, ficaram sabendo que o bandidão estava voltando para usar o gatilho como só os americanos do norte sabem usar, todo mundo ficou com muito medo, e ninguém quis ajudar o delegado a enfrentar o bandidão.
Com isso, Gary Cooper ficou sozinho para enfrentar o bandido e seus cupinchas. Ele passou um aperto desgraçado, coitado, sem direito de ouvir a espetacular trilha sonora que nós, os espectadores, podíamos ouvir sentados relaxadamente na poltrona.
A verdade é que depois de tanta emoção e corre prá cá e corre prá lá, o Gary Cooper matou todos os bandidos, sozinho, ajudado apenas por Grace Kelly, assustada e desesperada, mas linda de morrer, que teve forças para puxar o gatilho e matar um. E o povo todo escondido em suas casas. Assim que os moradores do lugar viram os bandidos mortos, esparramados no chão,  chegaram à cena do tiroteio e rodearam Gary Cooper. Gary Cooper olhou nos olhos do pessoal e com um olhar de nojo do seu povo, arrancou a estrela de xerife de sua camisa e jogou-a ao chão. Subiu na carruagem abraçado a Grace Kelly, sua mulher no filme, porque na vida real ela virou princesa de Mônaco, todo mundo sabe, e foi embora daquele lugar.
Quantas cidadezinhas existem por aí, às vezes até as nossas, são compostas por populações como a do filme
Matar ou Morrer?! Que fogem e abandonam os que lutam e enfrentam problemas e poderosos. Problemas e poderosos que prejudicam as próprias populações. 

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