Esta crônica já foi publicada no Jornal Regional, há bastante tempo, e uma leitora pediu sua reprodução, o que estamos fazendo agora.
E se a lua cair?
José Maurício Amendola
Taí uma coisa que me
impressiona bastante. É essa Lua que a gente vê no nosso céu, seja aqui em
nossa cidade seja nos maiores centros do planeta. Ilumina tudo aqui na Terra
sem cobrar um tostão. A gente não precisa pagar taxa e nem contribuição
qualquer para cobrir rombo nenhum. Os americanos dizem que já foram lá, mas
muita gente começa a desconfiar e tem aqueles que não acreditam de jeito nenhum
naquela filmagem que mostra o astronauta descendo, pisando e andando na Lua.
Muitos americanos já duvidam disso, acham que foi uma montagem feita na época
em algum computador, como continuam fazendo hoje.
Ainda agora a televisão se esforçou muito pra gente
ficar olhando pro céu durante uns três dias. Vou confessar: meu pescoço chegou
a doer, principalmente quando Marte ficava bem em cima da gente. Disseram que
seria melhor se tivéssemos um ótimo binóculo ou, melhor ainda, um bom
telescópio. Ainda bem que deixaram para falar isso só nos últimos dias, porque
se não estaríamos enfiados em nova dívida para comprar o telescópio. Se
houvesse mais tempo, talvez as lojas anunciassem “compre agora o seu telescópio
e comece a pagar só no próximo encontro da Terra com Marte...”
Bem, brincadeiras à parte, fico pensando sempre que
olho a Lua no céu, lá longe. E se a Lua caísse algum dia? Sei que vai ter gente
que vai dizer que isso nunca vai acontecer. Que sou um bobo alegre, coisa e
tal. Muito bem, nunca irá cair, mas vem
cá, convenhamos, e se ela cair, despencar lá de cima? O que será que pode
acontecer?
Dizem os entendidos que se tal acontecer vai ser uma
catástrofe. Nem precisa os entendidos nos alertar. Quem não sabe disso? Há
muitos anos, em 1968 mais ou menos, uma bola de fogo cruzou Ituverava,
provocando um barulhão e uma luminosidade extraordinária. Quem viu ficou
assustadíssimo. Eu não vi porque estava numa reunião de diretores de futebol na
Associação Atlética Ituveravense. Mas quem viu, tremeu de medo.
Era uma pequena bola que caiu num campo aberto em
Buritizal. Técnicos da USP foram chamados e levaram o objeto para ser
analisado. A bola de fogo era uma lasquinha de um meteorito que se desprendeu,
entrou na atmosfera terrestre e veio cair justo aqui em cima da gente, fazendo
um barulho danado e assustando quem viu. Tá vendo só?!
Então, eu fico
pensando. Deixem essas coisas que estão no céu como foram encontradas, puxa
vida. A Terra é enorme, pra que procurar encrenca? A Lua, que já foi dona do
romantismo mais puro, hoje é olhada como um objeto qualquer. Da Lua romântica
só restaram algumas músicas, como Blue
Moon, linda canção cantada por qualquer cantor, mas, especialmente por Tony
Benett.
Agora, não vá você ficar olhando pra Lua a noite
inteira, imaginando que ela irá cair a qualquer momento. Tudo tem a sua hora.
Da mesma forma que para a formação da Terra teve a sua hora. De certo, para
acabar, também.
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