Primeira Página
A
Avenida Quércia
parece fadada a estar sempre abandonada pelo poder público municipal. É uma
pena, pois a avenida seria uma bonita via pública caso houvesse interesse por
parte da Prefeitura de Ituverava. A foto mostra a mureta que beira o rio, toda
arrebentada, sob a proteção de uma mísera tela de plástico pedindo socorro.
Henfil
Em
1984 o cartunista Henfil publicou o livro Diretas Já, composto em boa parte de
charges inesquecíveis. Henfil, como poucos brasileiros, enfrentou com suas charges e
piadas os tempos difíceis da ditadura militar. Quando Henfil criticava, ele usava
o humor. Ele morreu novo, vítima do virus HIV. Sua mensagem satírica vale para
hoje ainda e, parece, vai servir para sempre.
Página 2
Reeleição,
tudo na mesma?
José Maurício
Amendola
Muita
gente está sabendo que enviei uma carta ao deputado Tiririca pedindo que ele
encaminhasse ao Congresso Nacional uma mudança política, ou seja, o fim da
reeleição para todos os cargos eletivos no Brasil: presidente, vice-presidente,
senador, governador, vice-governador, deputado federal, deputado estadual,
prefeito, vice-prefeito e vereador.
Por
coincidência ou não, tal projeto foi apresentado, mas tiraram fora as
reeleições de senadores, deputados e vereadores. Ora, está claro que tais
reeleições são contra os interesses da população brasileira, mas se ninguém
reclamar ou protestar vai ficar assim mesmo, isto é, os políticos sejam de
âmbito federal, estadual ou municipal se perpetuam no Poder. Então, é preciso
que toda a população brasileira se manifeste através de qualquer meio de
comunicação, inclusive por meio de um protesto público, porque senão tudo fica
na mesma.
Então,
tendo-se em vista tal situação, o povo precisa se manifestar, ou seja, é necessário
derrubar esta lei que permite que os políticos se perpetuem nos cargos
públicos. Para uma causa pública ser limpa é preciso a participação do povo, se
não, de que vale apenas falar e escrever?
Vou
contar aqui um caso que aconteceu comigo. Um prefeito de nossa grande região
foi impedido de se candidatar à reeleição. O que ele fez? Sua mulher foi a
candidata no lugar do marido e foi eleita. Como eu fazia trabalhos
jornalísticos na região, fui visitá-la, a prefeita, bem entendido. A prefeita
me atendeu com toda educação, com toda a gentileza, mas respondeu-me: “Olha, eu
estou aqui no cargo de prefeita, pois fui eleita pelo povo, mas quem manda e
resolve tudo é o meu marido”.
E
assim é. Ninguém quer deixar os cargos públicos. Certa vez, no tempo dos militares
ainda, baixou-se uma lei que aumentava o mandato dos prefeitos por mais dois
anos. Um prefeito da região, em entrevista para este Jornal Regional,
disse-me: “pode por aí no seu jornal que ao chegar o dia do término de meu
mandato, como está previsto na lei, eu renuncio, pois não quero ferir a minha
dignidade. Fui eleito para quatro anos e não fico mais do que isso”.
Alertei-o
de que ele poderia mudar de opinião e assim, continuasse no cargo por mais dois
anos e não apenas os quatro para os quais fora eleito. Ele: “Não, não fico nem
mais um dia”. Final da história. O dito cujo ficou mais dois anos na Prefeitura
e se pudesse ficava mais ainda, porque deve ser gostoso ser prefeito...e como
gastam dinheiro para entrar ali, na Prefeitura!
Então,
lembro mais uma vez aos leitores do Jornal Regional que se tiver que
haver alguma mudança no Brasil essa mudança virá com a participação do povo,
apenas do povo, e não com os políticos, pois quase todos eles são profissionais
da política. Tenho dito. Ou melhor, tenho escrito.
Oi,
gente, estou aqui!
Maria
Novakasotras
Gente
do céu, há quanto tempo não nos vemos, não é mesmo? Pois então, esse tempo que
fiquei longe de meus queridos leitores, sabe o que fiz? Não sabem, né? Nem vão
saber porque o lindão do Bonner e a antipática da Patrícia Poeta não vão dizer
nada sobre mim. Essa Patrícia, com aquele cabelão preto tampando metade do
rosto, olha vou falar a verdade, acho que ela deve ter algum defeito do lado
esquerdo do rosto. Além do que praticamente não temos mais poetas no Brasil, se
ela fosse pelo menos Patrícia Escritora... mas duvido que ela seja escritora,
embora estejam bronqueando aqui perto de mim, anunciando que o Brasil está cheio
de poetas.
Agora...tem
uma coisa, o Bonner, não, o Bonner com aquele olhar, com aquela voz, gente do
céu, acho que ficaria horas e horas ouvindo-o falar. Na hora que ele fala “escândalo
nisso... escândalo naquilo...Nossa Senhora, parece que a gente está vendo o
pessoal do governo enfiando o nosso dinheiro nos bolsos e maletas deles. É uma
beleza! Willian Bonner...nem parece brasileiro... mas o que vamos fazer, ele é
brasileiro mesmo e temos que aceitar isso. Com esse nome e com aquela pose toda
bem que ele merecia ser um inglês. Um inglês, um repórter inglês bem próximo da
rainha Elisabeth. O repórter inglês vê tudo, conhece todos os escândalos, os
roubos, a corrupção, mas não fala nada, não escreve nada, e o povão vai lá em
frente ao palácio bater palmes, gritar, chorar ao ver a rainha e agora o neto
com sua linda mulher... puxa vida, como eu gostaria de ser inglesa e morar em
Londres. Ou melhor, em London.
Puxa
vida, eu queria falar uma coisa e saiu outra. Eu queria falar dos roubos, dos
escandalosos roubos brasileiros, e acabei admirando, enaltecendo e
engrandecendo a roubalheira, a corrupção inglesa.
Desculpe-me
caro leitor, mas você já notou que o nosso querido prefeito parece ser inglês,
que ele tem categoria, que parece um príncipe inglês?
Página 3
Casamento de Fabiano confirma
sua existência
O Jornal Regional sempre
acreditou na história de que o fundador de Ituverava foi Fabiano Alves de
Freitas. Mesmo depois de o professor José Geraldo Evangelista, que para
Ituverava veio lecionar na iniciante Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras
local. Ele pesquisou e até escreveu um livro, apontando como fundador de
Ituverava João Alves Figueiredo.
De repente, boa parte dos
ituveravenses aceitaram ser João Alves Figueiredo o fundador de Ituverava, mas
o Jornal
Regional, através do jornalista José Maurício Amendola, preferiu
primeiro ouvir as muitas famílias Alves de Freitas, residentes antigos de
Ituverava.
Estes, os Alves de Freitas,
principalmente os mais antigos, de idade avançada, confirmaram que o parente
Fabiano era de fato o fundador de Ituverava e que isso era ou foi sempre
confirmado pelos seus pais, tios e avós, mais velhos ainda.
Passados tantos anos, o Jornal
Regional obteve uma cópia da certidão de casamento de Fabiano Alves de
Freitas e Maria Joaquina de Oliveira. O documento foi fornecido pela Catedral
N.S da Conceição, de Franca, a pedido da direção da Escola Fabiano Alves de
Freitas, de Ituverava, com data de 01 de
agosto de 1983, assinado pelo padre Oswaldo Pinto Moreira.
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O nó do afeto
José Carlos Ficher
Mais uma das minhas mensagens preservadas
da Internet. Como sempre, um texto bonito e de profundo ensinamento.
Enviada pela minha amiga Cleonice Lacerda,
o texto não tem identificação do autor. Formatada por Orlei Antônio, no “hotmail.com”, com um lindo fundo
musical e com o título “O nó do afeto”,
a mensagem diz assim:
“Em uma reunião de pais numa escola da
periferia, a diretora ressaltava o apoio que os pais devem dar aos filhos;
Pedia-lhes também que se fizessem presentes na vida deles o máximo de tempo
possível...
Ela entendia que, embora a maioria dos
pais trabalhasse fora, deveriam achar um tempinho para se dedicar e entender as
crianças.
Mas a diretora ficou muito surpresa quando
um pai se levantou e explicou, com seu jeito humilde, que ele não tinha tempo
de falar com o filho, nem de vê-lo, durante a semana, porque quando ele saia
para trabalhar era muito cedo e o filho ainda estava dormindo... Quando voltava do serviço já era muito tarde
e o garoto não estava mais acordado.
Explicou, ainda, que tinha de trabalhar
assim para prover o sustento da família, mas também contou que isso o deixava
angustiado por não ter tempo para o filho e que tentava se redimir indo
beijá-lo todas as noites quando chegava em casa.
E, para que o filho soubesse da sua
presença, ele dava um nó na ponta do lençol que o cobria. Isso acontecia
religiosamente todas as noites quando ia beijá-lo.
Quando o filho acordava e via o nó, sabia,
através dele, que o pai tinha estado ali e o havia beijado. O nó era o meio de
comunicar o afeto entre eles.
A diretora emocionou-se com aquela singela
história e ficou surpresa quando constatou que o filho desse pai era um dos
melhores alunos da escola.
O fato nos faz refletir sobre as muitas
maneiras das pessoas se fazer presentes, de se comunicarem com os outros.
Aquele pai encontrou a sua, que era
simples, mas eficiente. E, o mais importante, é que o filho percebia, através
do nó afetivo, o que o pai estava lhe dizendo.
Por vezes, nos importamos tanto com a
forma de dizer as coisas e esquecemos o principal, que é a comunicação através
do sentimento. Simples gestos como um beijo e um nó na ponta do lençol, valiam,
para aquele filho, muito mais do que presentes ou desculpas vazias.
É válido que nos preocupemos com as
pessoas, mas é importante que elas saibam, que elas sintam isso.
Para que haja a comunicação é preciso que
as pessoas “ouçam” a linguagem do nosso coração, pois, em matéria de afeto, os
sentimentos sempre falam mais alto que as palavras.
É por essa razão que um beijo, revestido
do mais puro afeto, cura a dor de cabeça, o arranhão no joelho, o medo do
escuro.
As pessoas podem não entender o significado
de muitas palavras, mas sabem registrar um gesto de amor. Mesmo que esse gesto
seja apenas um nó...
Pense nisso.”
Feliz Dias dos Pais.
Cartas
O
Jornal
Regional recebeu a carta abaixo, assinada como autor desconhecido. Estamos publicando porque a reclamação tem
sentido e merece ser analisada pelas autoridades competentes.
Bendito
AME
Sem
dúvida o AME aqui em Ituverava é um presente de Deus! Atendimento nota mil,
profissionais capacitados em todos os setores. Mas, o que dói é a tal fila de
espera!!!
Tem
gente com suspeita de câncer, esperando há meses por um diagnóstico, isto é,
igual futebol no último jogo de um campeonato: os jogadores jogam contra o
adversário (no caso, a enfermidade) e com o tempo (a lista de espera)!!!
Infelizmente
o ser humano está tão bitolado a cumprir deveres que está esquecendo que também
tem direitos, inclusive o de sugerir algo de bom, que pode ser útil caso a
idéia seja aproveitada.
Página 5
Jornal
de Sucupira
-
Tô desconfiado que vai haver muita mudança.
-
O que presenp?
-
Os que tava fingindo de crasse média vai vortá pra crasse
dos
sem eira nem beira...
****
-
Vem cá, cê é da crasse a, b ou c?
-
Óia, na escola a professora fala que sou da crasse dos ruim...
****
Saúde
-
Dotô, eu tô com uma dor no coração!
-
Calma que o seu São Paulo vai voltar a ganhar...
****
-
Afinal, o que é que eu tenho dotô?
-
Mira, si la dolor es por lo alto de su cuerpo pienso que es alguna cosa
em
su corazón, pero si es abaso no es corazon, pero no lo se que se pasa com
usted...
****
Prefeitura
-
Doutor prefeito, tem um pessoal aí querendo falar com o senhor.
-
Olha, eu nomeei você justamente para falar com esse pessoal, ora bolas...
****
-
Olha, hoje eu não vou atender ninguém.
-
O senhor prefeito tem razão, pois o senhor está a
600
quilômetros daqui de Sucupira...
****
-
Se alguém disser que eu não estou em Sucupira, mas que estou
no Rio não está falando a verdade>
-
Então, onde o nosso prefeito está?
-
Estou na Bahia...
****
-
Por que ninguém veio protestar na prefeitura contra o prefeito?
-
Ora, doutor prefeito, é que eles sabiam que o senhor não estava aqui...
****
Escola
-
Professora, qual a diferença entre a gente dizer um mau governo e um bom
governo.
-
Não tem diferença nenhuma...
****
-
Jerônimo, você acha que tem vida fora da Terra?
-
Tem, uai, nóis mora no asfarto...
****
-
Atenção classe, vou fazer uma pergunta e vocês vão responder: vou escrever
a
palavra Pau. Onde eu ponho o acento?
-
Que isso, professora? Eu num ponho o acento nisso de jeito nenhum...
****
Página 6
Meta de Bassin é remodelar
onde tudo começou
O primeiro supermercado
adquirido pelo empresário Bassin Tannous foi a antiga Casa Paulista, localizada
na esquina da Praça 10 de Março com a Rua Coronel Augusto Barbosa, tornando-se
o primeiro da rede de supermercados da qual é proprietário.
Depois disso, Bassin só viu
crescerem seus negócios, a ponto de ser proprietário de nada menos que quatro
lojas, sendo duas delas transformadas em padrão de alta qualidade, ambas
localizadas na Avenida Dr. Soares. Em breve, a loja número 3, que fica na rua
Abrão Diniz passará por amplas reformas.
Depois, talvez em janeiro
próximo, ao que se sabe, a próxima meta é modernizar a loja onde tudo começou,
ou seja, a Loja 1. Sabe-se, inclusive, que BassinTannous adquiriu um imóvel de
grandes proporções para fazer uma reforma total na sua primeira loja. O imóvel
adquirido é uma grande parte da área que pertencia à antiga empresa, Móveis
Mambrin, juntando-se com o grande espaço ocupado pela Loja 1 do Supermercados
Liberdade. Já se pode calcular o tamanho do empreendimento.
Bassin e sua esposa Eliana, quando inauguravam as novas instalações da Loja 4.
Imóvel, grande parte da antiga loja Mambrim, adquirido
por Supermercados Liberdade.
Página 7
Eram assim os anúncios de
jogos de futebol nos idos de 1940 e inícios dos 50 em Ituverava e por grande
parte do Interior. Eram chamados de programa, ou de cartaz. Eram colados nos
bares e no comércio em geral. Esses programas eram o rádio e os jornais
de hoje. Neste que apresentamos hoje, aparece até a foto, que era chamado de
clichê, do craque Peres. “Dentre os nomes dos jogadores de Ituverava constam os
nomes de Alemão (o Rubens França), o arqueiro voador, que guarnecerá o arco
ituveravense, Arlindo Gato, o melhor zagueiro do 7º setor, formará com Roberto
Telles a zaga dos locais. Outros valores como Rui, Vicentão, Periquito,
Avestruz, Cobrinha, Capucha, Pacú, Bolinha, Peres e Nenzinho, estarão a postos
para a defesa das cores locais”.
José Abdala Jabur foi prefeito de S. Joaquim da Barra até 1982. Ele era muito popular na
cidade e mesmo na região, pois era um político diferente. Para início de
conversa ele foi eleito pedalando uma bicicleta e conversava a mesma língua dos
eleitores. Como prefeito Jabur atendia a todos da mesma maneira, com porta do
gabinete aberta, sem segredos. Atendia a todos, e não escolhia com quem ele
queria falar. Jabur ficava à vista de todos, assim como outros prefeitos de
outros tempos.
Se precisava escrever qualquer carta ou
documento, ele mesmo escrevia na máquina de escrever.
Ele fez muito por São Joaquim
da Barra e poderia ter feito muito mais se a morte não o pegasse quando Jabur
ainda tinha muito a oferecer aos habitantes de sua cidade.
Esse time de futebol aí na foto levava o nome de Sãopaulinho, mas isso não queria dizer que
seus craques fossem são-paulinos. Aí havia palmeirenses, corinthianos,
santistas ainda parece que não, e até quem não torcia por nenhum time.
Mas,
vamos aos nomes dos craques, da esquerda para a direita, no alto: Renato
Batata, José Estevam Alves, Luizinho do Zito, Willian Carpideira e Cabeça
(Serginho Freitas). Agachados, na mesma ordem: José Carlos Borges, José Dirceu
Telles, João Rodrigues, Antônio Márcio Sandoval, Athaidinho Sandoval, João
Augusto de Souza e o goleiro Antônio Yoneda. Em pé, acompanhando a meninada, à
esquerda José Ferreira Telles, o Dr. Juquinha, e à direita Mário de Assis, das saudosas
Casa Santo Antônio e Casa do Mário.
Página 8
Espaço
de Arte
Valter Ferreira
Costa (foto)
é um artista da pintura que poderia fazer nome em outros centros mais voltados
para as artes plásticas. A mesma situação já ocorreu e acontece com dezenas de
artistas ituveravenses. De repente os artistas param com seus trabalhos por
falta de incentivo ou motivação e, de repente também, eles voltam a lidar com
as telas e os pincéis.
Valter
é um pintor que denomina sua arte como sendo abstrata. Ele diz que começa a
passar o pincel e tintas sem saber bem o que irá acontecer. A hora que ele acha
que deve parar uma pintura ele pára. Como Valter não segue nenhum padrão
tradicional, sua obra pode ser interpretada de acordo com a imaginação de cada
um, com total liberdade de expressão.
Perguntado
sobre o que representa essa tela sua ao lado, Valter Ferreira Costa respondeu
sorridente: “Não sei”.
O
céu de Ituverava estava totalmente nublado por volta das dez da manhã. De
repente, no entanto, as nuvens começaram a bailar e a se espalhar, abrindo
espaços para a formação de artes provocadas pela natureza. Surgiu, então, um
sol brilhante, bonito, dando ensejo para uma pose especial captada pela câmera
digital de Maria Luíza Bonini Amendola.
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